sábado, 29 de outubro de 2011

Inspirações filosóficas relacionadas a uma semana acadêmica.

Convenhamos, o buraco negro imanente não utiliza máscaras, ser englobado e englobar escancara o que somos. Círculos viciosos, ciclos universais, sociais, políticos, estaduais, educacionais... Onde está o futuro promissor? Nas manchetes de jornais, em nossa falsa consciência? Fechar os olhos é natural em meio a tantas promessas e contradições. Já que me querem dançando conforme a música, ingenuamente acreditando no progresso, nas causas maiores, na ética humana, não oferecerei resistência, até porque já faz alguns anos que o buraco negro me engoliu.Sou o povo e só, mas sinceramente não consigo fechar minhas cortinas, sou muito curiosa e me pergunto a todo tempo, quem fez tudo isso? Ser responsável por milhões de mortos e violentados é muito perigoso, a qualquer hora você também pode ser a grande vítima.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Dialética

É claro que a vida é boa
E a alegria, a única indizível emoção
É claro que te acho linda
Em ti bendigo o amor das coisas simples
É claro que te amo
E tenho tudo para ser feliz
Mas acontece que eu sou triste...

Vinícius de Moraes
Vou bebendo a vida em longos tragos, relembrando canções de amor e chamando por Deus.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Para Luana

Ela teve um sonho, me descreveu muito bem. Fui sacudida pela simples associação entre o devaneio e a realidade. Pois bem, entre conversas e constatações, por ser doce e meiga demais, eis que numa manhã semanal aparece uma abelha e se instala bem em seu ouvido. O zumbido é assustador, mas o medo que causa seu ferrão é ainda maior. O que fazer quando se sabe do perigo da dor, mas também se sabe que determinado barulho e incômodo pode causar loucura irremediável? O sonho termina, o despertador faz seu trabalho alienado, mas um novo dia é sempre um novo dia... A decisão não precisa ser tomada agora, mas um dia o sonho irá realizar...
Nem a transcendência nos trará solução.

domingo, 18 de setembro de 2011

Canção de Berço

O amor não tem importância.
No tempo de você, criança,
uma simples gota de óleo
povoará o mundo por inoculação,
e o espasmo
(longo demais para ser feliz)
não mais dissolverá as nossas carnes.

Mas também a carne não tem importância.
E doer, gozar, o próprio cântico afinal é indiferente.
Quinhentos mil chineses mortos, trezentos corpos
[de namorados sobre a via férrea
e o trem que passa, como um discurso, irreparável:
tudo acontece, menina,
e não é importante, menina,
e nada fica nos teus olhos.

Também a vida é sem importância.
Os homens não me repetem
nem me prolongo até eles.
A vida é tênue, tênue.
O grito mais alto ainda é suspiro,
os oceanos calaram-se há muito.
Em tua boca, menina,
ficou o gosto do leite?
ficará o gosto de álcool?

Os beijos não são importantes.
No teu tempo nem haverá beijos.
Os lábios serão metálicos,
civil, e mais nada, será o amor
dos indivíduos perdidos na massa
e só uma estrela
guardará o reflexo
do mundo esvaído
(aliás sem importância).

Carlos Drummond de Andrade

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Palavras e Silêncios (Zeca Baleiro e Fagner)

Hoje não quero choro, não quero previsões, nem quero saber da desgraça mundana. O dia é meu, assim como a imagem refletida no espelho, que retrata tudo aquilo que em tempos fui. As cicatrizes tem aumentado com a idade (talvez significativa...), e não reclamo de minha sorte. Sou, em devir, com essência, com paixão. O maior medo que um dia tive foi de me perder, e agora sinto que nunca estive presa a nada. Sempre à deriva, sem receio pelo que pode acontecer, vou deixar tudo como está. Futuro é o sagrado, o divino, o mistério. Sou pequena demais pra domar minhas próprias rédeas.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Quando se tem o essencial em cada cidade e em cada rua onde se mora, a vida se abre para a construção de um novo lar. Mas esse lar é particular, envolto por fina película, tênue, protetora da superfície das emoções, o fundo fica descoberto.E quando pergunta-se:e a felicidade? A resposta vem ligeira. Felicidade é ausência de ausência. E em novo lar sempre falta latidos, cheiro de alho queimando na panela, barulhos no quintal e rádio ligado.Isso é essencialmente essência, que colore e transforma e vida em paixão. Quando não se pode voltar pra casa os sentidos ficam sem rumo... Mas quando se pode voltar, se deparar com todas as mudanças temporais e provocadoras, é quando mais se tem a sensação de que antes de gente, carne, osso, voz, ruído, somos tempo e espaço. A volta pra casa ensina que efemeridade e eternidade caminham lado a lado, a memória continuará seu trabalho, irá arquivar o passadopresentefuturo,mas que isso se torne somente uma marca na mortalidade. Abrir-se para novos lares é aprender a se apegar às lembranças e aceitar o mundo como sempre foi, uma eterna construção.

domingo, 14 de agosto de 2011


"Quando o Sol bater na janela do teu quarto, lembra e vê que o caminho é um só."
O mês de agosto desgostoso decidiu ficar cinza só pra forçar que as lentas batidas ritmadas do órgão letal ficassem espertas. A conclusão de tudo isso foi uma paradeira geral, que atrasou o compasso e transformou o samba em valsa. Mas o setembro vem chegando com suas bordas coloridas e de fundo "Anos dourados".
Separação
para ação
se para
coração
busca parar
a vida em ação.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

O Meu relógio tá de ponta cabeça, marcando um outro tempo que não é o mesmo que o meu... Por isso não poderei publicar tanto quanto gostaria, ficarei meio ausente este período. :( Não só do blog mais dos amigos, das conversas, de casa. Eu quero voltar, invisíiivel pra dentro da barriga da mamãe!

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Tulipa Ruiz - "Às Vezes" - Trama/Radiola 24/11/08



Está tudo muto quieto, no lugar onde estou tem passarinho, fogão a lenha, lagoa, pastel de fubá... E muita "Tulipa Ruiz", que é nota dez!

segunda-feira, 11 de julho de 2011

A certeza não é o contrário da dúvida, cheguei a essa conclusão ouvindo um dos muitos casos que capturo nas horas mensais que passo no ônibus, prestando atenção nas conversas alheias.Pois bem, estava eu, sentada numa apertada poltrona, quando duas meninas começaram a conversar sobre o assunto mais badalado na adolescência, na velhice, na maturidade: o amor! Uma delas dizia que queria um companheiro para a vida toda, queria ter filhos, uma casa, cachorros, viver num comercial de margarina. Já a outra queria ser independente, cuidar de sua aparência, viajar por todo o mundo e ter mil namorados, conhecer o amor só de passagem. A primeira perguntou se a outra não tinha medo da velhice, de ficar sozinha, morrer a míngua, e ela respondeu que não, seu maior medo era ser trocada depois dos 50 anos por uma de vinte, com silicone, bunda empinada e tudo mais,pelo menos a solidão para ela seria uma opção. Então, diante desse impasse, fiquei me perguntando, qual seria o papel do amor para a vida de alguém? Amor está muito além de partilha, de companhia, de sexo, de experiência. O amor é um sentimento que se encontra única e exclusivamente no interior de cada ser. Esta dúvida e esse medo de não se ter alguém para amar é algo tão subjetivo! E justamente por isso nunca pode ser puro. Porque nunca basta amar alguém, queremos uma correspondência, queremos a perfeição platônica, queremos uma garantia, quase uma troca. Então, mais uma vez caí em pura angústia. A primeira menina quer uma certeza, mas vive em infinita dúvida por não saber o que se passa naquele que deveria ser parte de si mesma. Já a outra busca não se prender a nada e a ninguém, uma certeza que não se pode ter, porque o amor é algo universal, brota no mais árido sertão. Então, por que não deixar de lado os rótulos e começar a enxergar a contradição essencial do mundo e suas relações? Dúvida é complemento da certeza, onde uma está, a outra também sempre estará. Eu tive vontade de entrar na discussão, tive vontade de narrar experiências escassas dos meus míseros vinte anos, mas me faltou muita certeza e pouca dúvida.
Desde criança divido tudo em três partes: a da esquerda é sempre boa, a direita é ruim, e a do meio é multifacetada, especial. Faço isso com os sentimentos, com as comidas e com as relações, com lugares não seria diferente. Mas há um, especificamente, que não é passível de classificação. Me deixa com taquicardia, borboletas no estômago e medo do escuro. Sempre sei o que vou encontrar nele, conheço a brisa de cor, nem preciso senti-la. Sei o que irei pensar, como deverei agir, faço exercícios de auto confiança, técnicas de relaxamento, nada disso funciona. Outro dia estive pensando nisso durante um bom tempo. Quando dei conta o dia havia passado, já estava na hora do banho, e eu continuei parada, olhando fixamente para o mesmo ponto do quarto. Agora chegou a hora de voltar. De viver, de chegar com histórias, de cumprir meus compromissos. Será que conseguirei? Esta relação de dependência é insolúvel! Isso só pode ser masoquismo, autoflagelo. Deve ser porque no fundo sei que lá está a eternidade, e ela assusta mais que tudo. Para uma simples mortal, essas grandezas celestiais e naturais são perigosas...

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Como se portar na infelicidade
Estamos todos ligados à fortuna: para uns a cadeia é de ouro e frouxa, para outros é apertada e grosseira; mas que importa? Todos os homens participam do mesmo cativeiro, e aqueles que encadeiam os outros não são menos algemados; pois tu não afirmarás, suponho eu, que os ferros são menos pesados quando levados no braço esquerdo. As honras prendem este, a riqueza aquele outro; este leva o peso da sua nobreza, aquele o de sua obscuridade; um curva a cabeça sob a tirania de outrem, outro sob a própria tirania; a este sua permanência num lugar é imposta pelo exílio, àquele outro pelo sacerdócio. Toda a vida é uma escravidão. É preciso, pois, acostumar-se à sua condição, queixando-se o menos possível e não deixando escapar nenhuma das vantagens que ela possa oferecer: nenhum destino é tão insuportável que uma alma razoável não encontre qualquer coisa para consolo. Vê-se frequentemente um terreno diminuto prestar-se, graças ao talento do arquiteto, às mais diversas e incríveis aplicações, e um arranjo hábil torna habitável o menor canto. Para vencer os obstáculos, apela à razão: verás abrandar-se o que resistia, alargar-se o que era apertado e os fardos tornarem-se mais leves sobre os ombros que saberão suportá-los.

SÊNECA. Da tranquilidade da alma, Col. Os Pensadores. São Paulo, Abril Cultural, 1973. p. 216

Se


Rio de Janeiro. 23°. A promessa da limpeza da alma. A lembrança de momentos felizes. Só lá se podia pensar na alegria sem propósito, isso porque em seu lugar o trabalho só servia para financiar a satisfação garantida. Ela pensava no Cristo Redentor. Tantos medos, tantas emoções. Era hipocondríaca, claustrofóbica, sentia pena do animal abandonado, acreditava no mistério divino, e se contentava com pouco; então por que agora toda essa angústia sem fim? Sua vida estava tão previsível, e isso era reconfortante. Tinha com quem se casar, fazer planos, sabia a cor do pano de prato do dia seguinte, o que faria no jantar, com quem iria se encontrar... E de repente aquela imensa vontade de caminhar pelo calçadão de Copacabana. Pensou, se tivesse dinheiro moraria ali. Se tivesse coragem, se pudesse se arriscar... se, sempre se. “ Ai ai, aiai saudade, não venha me matar”. A duvida é sempre a mesma. Por que a vida, por que tudo isso? Fechou os olhos, pensou que podia ser diferente. Talvez se mudasse de emprego, ou o corte de cabelo. Talvez se gostasse de rock. Na verdade, era pra ser tudo bem simples, era humana, passível de doenças, de alegrias, de tristezas, de dores de parto. Que tal um banho de mar? A cura de tudo está na água salgada. Bem que podia tomar um banho de sol, um banho de sal, perder a noção do tempo, se perder, de encontrar, sentir o vento no corpo todo, os pés na areia, o calor do Sol, Ah!O calor do Sol. A vida pulsa, o pulso ainda pulsa! Não adianta, e nunca vai adiantar, o sol, O cristo, a morte, o nascimento. Ela nunca conseguirá desanuviar o mundo. Ele engole. Tudo.

sábado, 18 de junho de 2011

Mundo mundo, vasto mundo... Muda, mude, moda, modos. Se eu pudesse me transformar, hoje assumiria a forma de uma tartaruga. Dentro do casco, protegida, vagarosa, no meu tempo e no meu espaço. Já amanhã gostaria de ser uma águia. Cheia de garras e com olhar profundo. Tenho olhado pra pessoas com olhos de animal. As semelhanças são tantas! Existem pessoas que são quase um bicho vestido, interessantíssimo! Esquilos, raposas, cobras, aranhas, todos aprisionados nos bons modos e nos padrões de linguagem. Como uma borboleta, a busca pela liberdade engana. Quando menos espero, já me envolvo e me prendo em regras transcendentais, e aí, mais uma surpresa: sem prisões o mundo não tem graça! Só não se pode restringir as rédeas a pequenos espaços corporais. Enquanto isso minha imaginação trabalha como uma locomotiva, me leva a espaços siderais nos quais nunca pensei em estar, e esse ócio produtivo vai fazer com que toda a minha vida se transforme. Susto! De repente gente chega, encanta, surpreende, e deixa claro que o homem pode ser bicho, mas ao invés de veneno possui magia.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Tempo de resiliência.

Minha música de hoje é oração, em seu amplo sentido. Adoro me sentir como me sinto agora: livre, mas ao mesmo tempo presa; apreensiva, mas ao mesmo tempo relaxada. Consigo me dividir em pedaços e deixar que cada parte dê conta de um pensamento. Nunca conseguirei o que quero, porque o quero se modifica o tempo todo, e quando penso que estou quase... sumiu!! Já sinto que estou quase perto de um começo sem fim. No fundo o que busco é o fundo. O infinito é pouco pra mim.
Ícone,Símbolo,PALAVRA
Minha boca aberta absorve todo o frio do mundo.O que sai dela é para sempre, o que entra também. Nunca se sabe quais são as causas e os efeitos, à deriva. A contradição é a essência da vida em torno do tempo- passadopresentefuturo. Tudo e nada se misturam, é o que sou.

domingo, 24 de abril de 2011

Realmente a vida é cheia de contradições e de surpresas, mudanças de opinião. Engraçado que mesmo tendo a consciência de que para existir vida deve necessariamente existir a morte, tenho o incrível poder de me surpreender. Procuro a arché, procuro respostas e espero por milagres, mesmo sabendo que o simples fato de respirar já é uma demonstração divina. A reflexão tornou-se, depois de um tempo (confesso), o maior e mais presente exercício em toda a minha vida. E conhecendo a razão, cada vez sou mais emoção. O choro, o riso, o desespero, enchem minha vida como se eu fosse a única mortal. Sinto falta de experiências que não existiram, sinto falta de determinados abraços, de carinhos e consolos. Tento esclarecer tudo o que é possível, analiso amizades e relações que vem e vão, vejo as paixões impossíveis e as possíveis e nem tento lutar contra estas. Amo situações que remetem a uma "volta para casa", percebo mais que nunca que os pais são ouro de mina, e sinto por ter percebido tão tarde. E depois de tudo, acho que talvez eu seja a última romântica. Em essência: eu e meus devaneios.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

MÃOS DADAS_ Carlos Drummond de Andrade

Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.

Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,
não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela,
não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida,
não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins.

O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes,
a vida presente.

Como hoje é dia do amigo, quero agradecer aos meus a atenção, o cuidado, a campanhia... Alguns não vejo faz muito tempo, outros encontro diariamente, cada um possui uma especificidade, mas têm em comum o orgulho que me fazem sentir. Tenho admiraçãopor todos eles, e não poderia ser diferente, porque me constituo através dos seus olhares, eles fazem parte de mim.


"...Para desentristecer, leãozinho
O meu coração tão só
Basta eu encontrar você no caminho..."

Uma homenagem a todos os animais!
Todos devem ser tratados com muito respeito, eles são nossos irmãos menores. O ser humano sente-se superior aos bichos e a toda a natureza, mas se esquece de que antes de ser racional possui necessidades fisiológicas, sente dor, fome, frio, como qualquer outro ser vivo... E assim como as cobras possuem veneno como um mecanismo de defesa, temos a razão como meio de sobrevivência. Então, inteligentemente, não devemos agir como se pudéssemos sobreviver sozinhos, pois sem eles nada seríamos.

domingo, 17 de abril de 2011

Tempo de quaresma, de rever erros e acertos, tempo de abstinência... O que sinto é muita alegria, alegria pelo renascimento de Cristo, pela minha real condição de humana, dotada de fragilidade, mas ao mesmo tempo de muita força. Esta é uma das épocas do ano das quais mais gosto, a arte em pura evidência, santos de barro, símbolos, túnicas roxas, outono, Ave Maria, procissões... Tudo isso me enche de esperança, afinal, acredito em alma, acredito na bondade humana e na proteção divina. Minha avó me levava para a praça, onde aconteciam as encenações da Paixão de Cristo, me sentia tão comovida... Ao mesmo tempo me sentia acolhida, tanto pelas mãos de minha avó quanto pela afirmação de que Jesus morreu para nos salvar. A fé é a única verdade da qual posso me valer.

"Eu quero uma casa no campo..."

Sinto muita saudade de Visconde, de ver pessoas conhecidas, de tomar sorvete no jardim... Meus cachorros, meu quintal... Minas está lá, a minha infância ainda está lá. Um dia eu volto, definitivamente; enquanto isso, faço contagem regressiva para minha formatura!!! Uma angústia Heideggeriana tem tomado conta de mim!
Uma jóia o novo livro de Adélia Prado, "A duração do dia", suas poesias me tocam profundamente, em especial "Viés", é como realmente me sinto ultimamente.

"Ó lua, fragmento de terra na diáspora,
desejável deserto, lua seca.
Nunca me confessei às coisas,
tão melhor do que elas me julgava.
Hoje, por preposto de Deus escolho-te,
clarão indireto, luz que não cintila.
Quero misericórdia e por nenhum romantismo
sou movida."