segunda-feira, 11 de julho de 2011

Desde criança divido tudo em três partes: a da esquerda é sempre boa, a direita é ruim, e a do meio é multifacetada, especial. Faço isso com os sentimentos, com as comidas e com as relações, com lugares não seria diferente. Mas há um, especificamente, que não é passível de classificação. Me deixa com taquicardia, borboletas no estômago e medo do escuro. Sempre sei o que vou encontrar nele, conheço a brisa de cor, nem preciso senti-la. Sei o que irei pensar, como deverei agir, faço exercícios de auto confiança, técnicas de relaxamento, nada disso funciona. Outro dia estive pensando nisso durante um bom tempo. Quando dei conta o dia havia passado, já estava na hora do banho, e eu continuei parada, olhando fixamente para o mesmo ponto do quarto. Agora chegou a hora de voltar. De viver, de chegar com histórias, de cumprir meus compromissos. Será que conseguirei? Esta relação de dependência é insolúvel! Isso só pode ser masoquismo, autoflagelo. Deve ser porque no fundo sei que lá está a eternidade, e ela assusta mais que tudo. Para uma simples mortal, essas grandezas celestiais e naturais são perigosas...

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