terça-feira, 23 de agosto de 2011

Quando se tem o essencial em cada cidade e em cada rua onde se mora, a vida se abre para a construção de um novo lar. Mas esse lar é particular, envolto por fina película, tênue, protetora da superfície das emoções, o fundo fica descoberto.E quando pergunta-se:e a felicidade? A resposta vem ligeira. Felicidade é ausência de ausência. E em novo lar sempre falta latidos, cheiro de alho queimando na panela, barulhos no quintal e rádio ligado.Isso é essencialmente essência, que colore e transforma e vida em paixão. Quando não se pode voltar pra casa os sentidos ficam sem rumo... Mas quando se pode voltar, se deparar com todas as mudanças temporais e provocadoras, é quando mais se tem a sensação de que antes de gente, carne, osso, voz, ruído, somos tempo e espaço. A volta pra casa ensina que efemeridade e eternidade caminham lado a lado, a memória continuará seu trabalho, irá arquivar o passadopresentefuturo,mas que isso se torne somente uma marca na mortalidade. Abrir-se para novos lares é aprender a se apegar às lembranças e aceitar o mundo como sempre foi, uma eterna construção.

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