Destaque à beleza, às preocupações e às ações do homem, ora autêntico, ora inautêntico.
segunda-feira, 21 de novembro de 2011
sábado, 29 de outubro de 2011
Inspirações filosóficas relacionadas a uma semana acadêmica.
sexta-feira, 14 de outubro de 2011
terça-feira, 27 de setembro de 2011
Para Luana
Nem a transcendência nos trará solução.
domingo, 18 de setembro de 2011
Canção de Berço
No tempo de você, criança,
uma simples gota de óleo
povoará o mundo por inoculação,
e o espasmo
(longo demais para ser feliz)
não mais dissolverá as nossas carnes.
Mas também a carne não tem importância.
E doer, gozar, o próprio cântico afinal é indiferente.
Quinhentos mil chineses mortos, trezentos corpos
[de namorados sobre a via férrea
e o trem que passa, como um discurso, irreparável:
tudo acontece, menina,
e não é importante, menina,
e nada fica nos teus olhos.
Também a vida é sem importância.
Os homens não me repetem
nem me prolongo até eles.
A vida é tênue, tênue.
O grito mais alto ainda é suspiro,
os oceanos calaram-se há muito.
Em tua boca, menina,
ficou o gosto do leite?
ficará o gosto de álcool?
Os beijos não são importantes.
No teu tempo nem haverá beijos.
Os lábios serão metálicos,
civil, e mais nada, será o amor
dos indivíduos perdidos na massa
e só uma estrela
guardará o reflexo
do mundo esvaído
(aliás sem importância).
Carlos Drummond de Andrade
quinta-feira, 8 de setembro de 2011
terça-feira, 23 de agosto de 2011
terça-feira, 16 de agosto de 2011
domingo, 14 de agosto de 2011
terça-feira, 9 de agosto de 2011
quarta-feira, 20 de julho de 2011
Tulipa Ruiz - "Às Vezes" - Trama/Radiola 24/11/08
Está tudo muto quieto, no lugar onde estou tem passarinho, fogão a lenha, lagoa, pastel de fubá... E muita "Tulipa Ruiz", que é nota dez!
segunda-feira, 11 de julho de 2011
sábado, 25 de junho de 2011
sexta-feira, 24 de junho de 2011
Estamos todos ligados à fortuna: para uns a cadeia é de ouro e frouxa, para outros é apertada e grosseira; mas que importa? Todos os homens participam do mesmo cativeiro, e aqueles que encadeiam os outros não são menos algemados; pois tu não afirmarás, suponho eu, que os ferros são menos pesados quando levados no braço esquerdo. As honras prendem este, a riqueza aquele outro; este leva o peso da sua nobreza, aquele o de sua obscuridade; um curva a cabeça sob a tirania de outrem, outro sob a própria tirania; a este sua permanência num lugar é imposta pelo exílio, àquele outro pelo sacerdócio. Toda a vida é uma escravidão. É preciso, pois, acostumar-se à sua condição, queixando-se o menos possível e não deixando escapar nenhuma das vantagens que ela possa oferecer: nenhum destino é tão insuportável que uma alma razoável não encontre qualquer coisa para consolo. Vê-se frequentemente um terreno diminuto prestar-se, graças ao talento do arquiteto, às mais diversas e incríveis aplicações, e um arranjo hábil torna habitável o menor canto. Para vencer os obstáculos, apela à razão: verás abrandar-se o que resistia, alargar-se o que era apertado e os fardos tornarem-se mais leves sobre os ombros que saberão suportá-los.
SÊNECA. Da tranquilidade da alma, Col. Os Pensadores. São Paulo, Abril Cultural, 1973. p. 216
Se
Rio de Janeiro. 23°. A promessa da limpeza da alma. A lembrança de momentos felizes. Só lá se podia pensar na alegria sem propósito, isso porque em seu lugar o trabalho só servia para financiar a satisfação garantida. Ela pensava no Cristo Redentor. Tantos medos, tantas emoções. Era hipocondríaca, claustrofóbica, sentia pena do animal abandonado, acreditava no mistério divino, e se contentava com pouco; então por que agora toda essa angústia sem fim? Sua vida estava tão previsível, e isso era reconfortante. Tinha com quem se casar, fazer planos, sabia a cor do pano de prato do dia seguinte, o que faria no jantar, com quem iria se encontrar... E de repente aquela imensa vontade de caminhar pelo calçadão de Copacabana. Pensou, se tivesse dinheiro moraria ali. Se tivesse coragem, se pudesse se arriscar... se, sempre se. “ Ai ai, aiai saudade, não venha me matar”. A duvida é sempre a mesma. Por que a vida, por que tudo isso? Fechou os olhos, pensou que podia ser diferente. Talvez se mudasse de emprego, ou o corte de cabelo. Talvez se gostasse de rock. Na verdade, era pra ser tudo bem simples, era humana, passível de doenças, de alegrias, de tristezas, de dores de parto. Que tal um banho de mar? A cura de tudo está na água salgada. Bem que podia tomar um banho de sol, um banho de sal, perder a noção do tempo, se perder, de encontrar, sentir o vento no corpo todo, os pés na areia, o calor do Sol, Ah!O calor do Sol. A vida pulsa, o pulso ainda pulsa! Não adianta, e nunca vai adiantar, o sol, O cristo, a morte, o nascimento. Ela nunca conseguirá desanuviar o mundo. Ele engole. Tudo.
sábado, 18 de junho de 2011
segunda-feira, 23 de maio de 2011
domingo, 24 de abril de 2011
segunda-feira, 18 de abril de 2011
MÃOS DADAS_ Carlos Drummond de Andrade
Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.
Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,
não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela,
não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida,
não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins.
O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes,
a vida presente.
Como hoje é dia do amigo, quero agradecer aos meus a atenção, o cuidado, a campanhia... Alguns não vejo faz muito tempo, outros encontro diariamente, cada um possui uma especificidade, mas têm em comum o orgulho que me fazem sentir. Tenho admiraçãopor todos eles, e não poderia ser diferente, porque me constituo através dos seus olhares, eles fazem parte de mim.
"...Para desentristecer, leãozinho
O meu coração tão só
Basta eu encontrar você no caminho..."
Uma homenagem a todos os animais!
Todos devem ser tratados com muito respeito, eles são nossos irmãos menores. O ser humano sente-se superior aos bichos e a toda a natureza, mas se esquece de que antes de ser racional possui necessidades fisiológicas, sente dor, fome, frio, como qualquer outro ser vivo... E assim como as cobras possuem veneno como um mecanismo de defesa, temos a razão como meio de sobrevivência. Então, inteligentemente, não devemos agir como se pudéssemos sobreviver sozinhos, pois sem eles nada seríamos.
domingo, 17 de abril de 2011
"Eu quero uma casa no campo..."
Sinto muita saudade de Visconde, de ver pessoas conhecidas, de tomar sorvete no jardim... Meus cachorros, meu quintal... Minas está lá, a minha infância ainda está lá. Um dia eu volto, definitivamente; enquanto isso, faço contagem regressiva para minha formatura!!! Uma angústia Heideggeriana tem tomado conta de mim!
"Ó lua, fragmento de terra na diáspora,
desejável deserto, lua seca.
Nunca me confessei às coisas,
tão melhor do que elas me julgava.
Hoje, por preposto de Deus escolho-te,
clarão indireto, luz que não cintila.
Quero misericórdia e por nenhum romantismo
sou movida."