Como uma borboleta.
Destaque à beleza, às preocupações e às ações do homem, ora autêntico, ora inautêntico.
quarta-feira, 11 de julho de 2012
segunda-feira, 21 de novembro de 2011
sábado, 29 de outubro de 2011
Inspirações filosóficas relacionadas a uma semana acadêmica.
Convenhamos, o buraco negro imanente não utiliza máscaras, ser englobado e englobar escancara o que somos. Círculos viciosos, ciclos universais, sociais, políticos, estaduais, educacionais... Onde está o futuro promissor? Nas manchetes de jornais, em nossa falsa consciência? Fechar os olhos é natural em meio a tantas promessas e contradições. Já que me querem dançando conforme a música, ingenuamente acreditando no progresso, nas causas maiores, na ética humana, não oferecerei resistência, até porque já faz alguns anos que o buraco negro me engoliu.Sou o povo e só, mas sinceramente não consigo fechar minhas cortinas, sou muito curiosa e me pergunto a todo tempo, quem fez tudo isso? Ser responsável por milhões de mortos e violentados é muito perigoso, a qualquer hora você também pode ser a grande vítima.
sexta-feira, 14 de outubro de 2011
terça-feira, 27 de setembro de 2011
Para Luana
Ela teve um sonho, me descreveu muito bem. Fui sacudida pela simples associação entre o devaneio e a realidade. Pois bem, entre conversas e constatações, por ser doce e meiga demais, eis que numa manhã semanal aparece uma abelha e se instala bem em seu ouvido. O zumbido é assustador, mas o medo que causa seu ferrão é ainda maior. O que fazer quando se sabe do perigo da dor, mas também se sabe que determinado barulho e incômodo pode causar loucura irremediável? O sonho termina, o despertador faz seu trabalho alienado, mas um novo dia é sempre um novo dia... A decisão não precisa ser tomada agora, mas um dia o sonho irá realizar...
Nem a transcendência nos trará solução.
Nem a transcendência nos trará solução.
domingo, 18 de setembro de 2011
Canção de Berço
O amor não tem importância.
No tempo de você, criança,
uma simples gota de óleo
povoará o mundo por inoculação,
e o espasmo
(longo demais para ser feliz)
não mais dissolverá as nossas carnes.
Mas também a carne não tem importância.
E doer, gozar, o próprio cântico afinal é indiferente.
Quinhentos mil chineses mortos, trezentos corpos
[de namorados sobre a via férrea
e o trem que passa, como um discurso, irreparável:
tudo acontece, menina,
e não é importante, menina,
e nada fica nos teus olhos.
Também a vida é sem importância.
Os homens não me repetem
nem me prolongo até eles.
A vida é tênue, tênue.
O grito mais alto ainda é suspiro,
os oceanos calaram-se há muito.
Em tua boca, menina,
ficou o gosto do leite?
ficará o gosto de álcool?
Os beijos não são importantes.
No teu tempo nem haverá beijos.
Os lábios serão metálicos,
civil, e mais nada, será o amor
dos indivíduos perdidos na massa
e só uma estrela
guardará o reflexo
do mundo esvaído
(aliás sem importância).
Carlos Drummond de Andrade
No tempo de você, criança,
uma simples gota de óleo
povoará o mundo por inoculação,
e o espasmo
(longo demais para ser feliz)
não mais dissolverá as nossas carnes.
Mas também a carne não tem importância.
E doer, gozar, o próprio cântico afinal é indiferente.
Quinhentos mil chineses mortos, trezentos corpos
[de namorados sobre a via férrea
e o trem que passa, como um discurso, irreparável:
tudo acontece, menina,
e não é importante, menina,
e nada fica nos teus olhos.
Também a vida é sem importância.
Os homens não me repetem
nem me prolongo até eles.
A vida é tênue, tênue.
O grito mais alto ainda é suspiro,
os oceanos calaram-se há muito.
Em tua boca, menina,
ficou o gosto do leite?
ficará o gosto de álcool?
Os beijos não são importantes.
No teu tempo nem haverá beijos.
Os lábios serão metálicos,
civil, e mais nada, será o amor
dos indivíduos perdidos na massa
e só uma estrela
guardará o reflexo
do mundo esvaído
(aliás sem importância).
Carlos Drummond de Andrade
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